segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vidas Secas, Graciliano Ramos X As Vinhas da Ira, John Steinbeck


Em ambas obras as famílias estão passando por dificuldades, por crises políticas e econômicas do país, e tentam assim, melhorar a vida.
No livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, eles saem sem destino, passando fome, por esse motivo eles acabam comendo o próprio animal de estimação, no caso um papagaio.
No As Vinhas da Ira, a personagem Tom Joad sai da cadeia e não encontra sua família na antiga casa, pois foram despejados pelos donos das terras. Com ajuda do pregador e de um agricultor ele encontra sua numerosa família na casa do Tio John, de partida para Califórnia, em busca de um emprego e de uma nova vida.
Em ambos os livros as mães (Sinhá Vitória e Mãe Joad) são os pontos centrais da família, todavia, em Vidas Secas, Fabiano é um homem ignorante, porém é capaz de perceber suas limitações, apesar de todas as dificuldades a família se mantém unida. Em As Vinhas da Ira os homens são enfraquecidos e amargurados, por dificuldades que viveram. Neste caso, a família não é tão unida, talvez pelos difíceis momentos que tenham passado.
A morte da cachorra Baleia foi necessária porque vinha apresentando hidrofobia, e Fabiano então tentou o sacrifício, o tiro dado de longe acertou sua pata traseira, por esse motivo Fabiano foi abrigado a atirar mais próximo a cadela. Já na morte de Casy, ex-pregador que lutava por melhores salários, foi assassinado por homens que ameaçavam trabalhadores em greve, tendo com conseqüência a saída de Tom do acampamento fugido da policia, por ter matado o homem que matou o ex-pregador.
A história acaba com Fabiano e sua família mudando-se para um destino incerto, mais uma vez com fome e as mesmas dificuldades, lutando (ou tentando) por uma vida melhor. As Vinhas da Ira tem como desfecho uma enchente que leva mais uma vez tudo que a família Joad tinha. Então para se proteger, entram num galpão e encontram um garoto com seu pai agonizando, a Rosasharn, a irmã de Tom que acabará de perder um filho, amamenta o homem.



Camila Pontes Marchetti
Tatiane Cristina de Oliveira

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Análise Semântica da Canção do Exílio

Introdução

O propósito do trabalho é fazer uma análise semântica, formal e temática da “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias bem como suas parodias. Esta análise deverá mostrar as semelhanças e as diferenças das duas escolas literárias com as peculiaridades do texto sugerido.
É importante analisar a intertextualidade presente, explicando a constituição parodiana ou estilização, afinal vemos o uso do discurso alheio sendo modificado.   

Analise semântica

Parônimos

         No estudo semântico das palavras os parônimos são palavras  parecidas na escrita e na pronuncia, mas com sentido diferente.  Na canção do Exílio com a sua parodia fica bem clara o uso de parônimos e é colocado de madeira a criar uma sátira. As palavras grifadas têm a pronuncia  parecida: fazendo que sejam parônimas da canção do  Exílio.

Passo 1- Parônimo

COIMBRA, Julho, 1843. Romantismo
Paródia                                                         CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem crianças                             Minha terra tem palmeiras,
Onde nascem sem parar                             Onde canta o Sabiá
As crianças que aqui nascem                       As aves, que aqui gorjeiam,
Não têm lugar pra ficar                                 Não gorjeiam como lá

Nosso céu está escuro                                  Nosso céu tem mais estrelas
Nossas margens, secas estão...                   Nossas várzeas têm mais flores
Nossos parques estão vazios,                       Nossos bosques têm mais vida
Sem destino pra mudar...                              Nossa vida mais amores.

Só de pensar, sozinho, à noite                  Em  cismar, sozinho, à noite,
Mais desgostoso fico de lá.                           Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem crianças...                           Minha terra tem palmeiras,
Sem lugar pra ficar;                                    Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem mais temores                   Minha terra tem primores,
Que tais não há como acabar                    Que tais não encontro eu cá

Só de pensar sozinho à noite,                   Em cismar –sozinho, à noite
Mais desgostoso fico de lá,                           Mais prazer eu encontro lá;  
Minha terra tem crianças                              Minha terra tem palmeiras,
Sem lugar pra ficar.                                    Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus, que eu parta,               Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu veja tudo mudar;                    Sem que eu volte para lá;
Acabar os terrores...                                   Sem que desfrute os primores
Que não consiga deixar pra lá!                     Que não encontro por cá;
E sem que aviste as crianças                       Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Com lugar pra ficar.           
                   Onde canta o Sabiá 

Antonímia
        Encontramos parodias com sentido semântico de Antonímia. Definição que engloba todos os casos de antônimos, ou seja,quando passa ideia de sentido oposto,exprimindo sentido contrário. O exemplo a seguir deixa clara a intenção do autor em criticar o desmatamento, que prejudica a fauna e a flora, utilizando a canção do exílio parodiada para esse desabafo menos romântico, porém nacionalista de uma forma ecológica e patriótica.       

Passo 2 - Antonímia

Canção de Exílio Moderno
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Travian Brasil

Nessa terra sem madeira,                                     
Onde tinha Sabiá,
As aves, que aqui ficavam,
Foram levadas para lá.

Nesse céu sem estrelas,
Nessa várzea sem flores,
Nossas florestas sem vida,
Vivendo aos prantos e dores.

Sem dormir uma só noite,
Sem prazer de cá ficar,

Nossa terra sem fronteiras,
A antiga terra do Sabiá.


Naquela terra de mil valores,
Fauna e flora não têm mais lá,
O dia virará noite,
Meu passado ficou lá,
Aquilo virou só poeira,
De lá se foi o Sabiá.

Não permitirei que essa terra morra,
Na esperança dela se regenerar,
Comer dos frutos de lá plantados,
Que não nascem por cá,
Replanto a floresta de boas madeiras,
E o Sabiá volta a cantar.

                                             



Analise Formal e Temática

       A forma poética da “Canção do Exílio” (AMARAL: 119) é nacionalista romântica, demonstrando um  forte sentimento de saudade da pátria amada em  comparação a sua atual localização, que dava - se em Portugal.
Observa-se as características românticas desta  poesia  da seguinte forma: valorização do sonho e da morte;Ele sonha com os céus estrelados da sua pátria e seu retorno antes da sua morte ;da natureza no canto dos pássaros ,nas florestas e vales cheios de vida ,no subjetivismo com a falta de certeza, se o sabiá realmente canta nas palmeiras de sua terra natal ,no individualismo e no tempo com saudosismo que a poesia por si só deixa bem claro e evidente ;ora é o sentimento principal da canção.
O tema é a saudade da pátria e a valorização da  fauna e a flora Brasileira que em versos redondilhos maiores, são relatados, descrevendo as palmeiras, o canto dos pássaros que só cantam  lindamente no Brasil em nenhum outro lugar segundo Gonçalves Dias,

 Tamanha é  sua importância que até introduziram trechos no “Hino Nacional Brasileiro” http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/hino.htm


                                                [... Teus risonhos, lindos  campos têm mais flores;
                                                      “Nossos bosques têm mais vida “,           
                                                     “ Nossa vida “ no teu seio “mais amores”...]


            Contudo suas paródias apresentam outra temática, fazem critica a diversas situações sociais contraditórias a exemplo da riqueza e da pobreza, dentre outras: desmatamento das florestas nacionais; importância do  controle de natalidade; ausência de recursos financeiros das crianças brasileiras que não têm onde morar e por fim ’ Osvaldo de Andrade’ fala do retorno a São Paulo e suas riquezas, deixando evidente a falta de emoção exacerbada de Gonçalves Dias que é romântico indianista /nacionalista, que constituiu  a 1ª  geração romântica em meados do século XIX,temos ainda Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Holanda com a música “Sabiá” ressaltando a ilusão de a pátria retornar para rever a beleza que não mais é encontrada.Caracterizando  a linguagem poética social,com predomínio do coloquialismo,nacionalismo exacerbado,rompendo com os modelos tradicionais .   
         
Modernismo: Osvaldo de Andrade

Canto de Regresso à pátria

Minha terra tem palmeiras
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá

Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo

Sabiá

Vou voltar, sei que ainda
Vou voltar para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma  sabiá, cantar o meu sabiá
Vou voltar, sei que ainda
Vou voltar
Vou deitar à sombra de uma palmeira
Que já não há
Colher a flor que já não dá
E algum amor, talvez possa encontrar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia
Vou  voltar ,sei que ainda
Vou voltar
Não  vai ser em vão
Que fiz tantos planos  de me enganar
Como fiz enganos de me encontrar
Como fiz estradas de me perder
Fiz de tudo e nada de te esquecer.

           Por outro lado, Carlos Drummond de Andrade  compõe a “Nova canção do Exílio” em forma de prosa trazendo  a mesma ideia e intenção de  Gonçalves Dias,porém  retrata outra forma de Exílio ,não físico mas mental ao ver as destruições que o progresso  causa a natureza brasileira.Exterminando  as belezas de outrora.

 Nova Canção do Exílio

Um sabiá,
Na palmeira, longe.
Estas aves cantam
Um  outro  canto.

O céu cintila
Sobre flores úmidas
Vozes na mata,
E o maior amor.

Só, na noite,
Seria feliz:
Um sabiá
Na palmeira, longe.

Onde tudo é belo
E  fantástico
Só, na noite,
Seria feliz.
Um sabiá, na palmeira, longe.

Ainda um grito de vida e
Voltar
Para onde é tudo belo
E fantástico:
A palmeira, o sabiá
O longe.  

(Carlos Drummond de Andrade. Reunião. Rio de Janeiro, J. Olympio  Ed.,1969.p.94.)


Passo 3
       A intertextualidade consiste em citar de forma direta ou indiretamente outro texto já existente, ou transcrevê-lo de forma ironizada ou critica social. Ressaltando o que significa plágio: é cópia descarada de um material, sem autorização.
Diferença entre parodia e estilização
A paródia deforma o texto original subvertendo sua estrutura ou sentido. É feita com o intuito de ridicularizar, satirizar as ideias do texto original, mas pode servir apenas para apresentar uma ideia contrária, distinta daquela que o original defende. Quase sempre essa contradição é feita através do humor
Exemplo: segunda estrofe da canção é desarmônica ridiculariza a poesia canção do exílio.

...Nosso céu tem mais estrelas                            [... Nosso céu  esta escuro
  Nossa várzea tem mais flores                             Nossas margens secas estão…
  Nossos bosques têm mais vida                          Nossos parques estão vazios,
  Nossa vida mais amores...                                    Sem  destino pra mudar…]

Estilização
A relação harmônica é feita através da paráfrase ou da estilização. São dois processos parecidos e diferentes.  Na paráfrase existe uma concordância com o texto matriz que faz com que suas idéias e formas sejam reproduzidas e respeitadas.
 A estilização, portanto, é um tipo especial de paráfrase. Nela a concordância com o texto original se dá em linhas mais gerais, no campo das ideias, mas a forma de expressão dessas idéias é tão particularizada que dizemos que ela há um “estilo” próprio sem que se perverta ou inverta o sentido.

    Exemplo:


...Nosso céu tem mais estrelas                              [... Nesse céu sem estrelas,   
  Nossa várzea tem mais flores                                   Nessa várzea sem flores,
  Nossos bosques têm mais vida                                Nossas florestas sem vida,
  Nossa vida mais amores...                                       Vivendo aos prantos e dores...]



        As semelhanças de todas as poesias e poemas apresentados neste trabalho em comparação analítica com a  “Canção do Exílio “ é a temática ,todas nacionais que de alguma forma levanta reflexão social ,no entanto as diferenças se dão pela forma  que é peculiar as épocas retratadas em cada uma ,valorizando os problemas do tempo referido,menos metrificado que a obra de Gonçalves com  descrições   pouco sonhadoras com traços livres e simplórios ,revelando as mesmas belezas e conflitos com perspectivas  diferentes, abusando não só das possibilidades   semânticas bem como sintáticas ,o que falta espaço neste trabalho para descrever  tamanhas inspirações.Todas as propostas das paródias bem como a própria canção apresenta paralelismo semântico e sintático para constituição de uma ideia ,o que nestes casos não é negativo devido a licença poética ,que transformou inclusive parte dos poemas e poesias em refrão.
        Relembrando: O paralelismo semântico é a correlação de sentido que garante a preservação do sistema lógico de associações, já o paralelismo sintático é o nome que se dá à estruturação similar de orações ou sintagmas dispostos em seqüência. É chamado também de simetria de construção. O paralelismo é particularmente útil para assegurar a clareza de construções organizadas segundo o princípio da coordenação.
       É importante relatar que  encontramos  metonímias em todos os casos em prosa ou em verso aqui demonstrados, a figura de linguagem que consiste em empregar um termo por outro dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associações entre eles .
Exemplos:


Canção do Exílio (texto original)

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá (que constitui o refrão neste caso)

Nova canção do Exílio (Carlos Drummond de Andrade)

Um sabiá,
Na palmeira, longe (refração ao final de cada estrofe) 

Sabiá   (Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Holanda)

     
Que eu hei de ouvir cantar
Uma  sabiá, cantar o meu sabiá
Vou voltar, sei que ainda
Vou voltar
Vou deitar à sombra de uma palmeira
Que já não há
Colher a flor que já não dá





Modernismo

                O modernismo surgiu após o período simbolista, tendo seu marco na semana de arte moderna em São Paulo, Brasil. Como bem observamos as características poéticas deste período é mais descontraída, ocorrendo  em três fases  de (1922 a 1930) rompendo com os modelos tradicionalistas, depois de (1930 a 1945)  tem seu amadurecimento formal ,consolidando as conquistas da primeira fase,e por fim  de 1945 estende-se até hoje ,valorizando com  igualdade de importância   de  todo tipo arte ,não só a arte das palavras,rebuscando quando necessário  temas e formas a serem  discutidas,relembradas e etc.













































Referencias

OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de. Minimanual compacto de literatura brasileira: teoria e prática. 1ª Edição – São Paulo: Rideel, 2003. (página 102).

AMARAL, Emília [et al ].Português:novas palavras :Literatura,gramática,redação.São Paulo:FTD,200.(Páginas,119,120; 248).

PLT- Programa do Livro Texto, 100. FARACO E MOURA. Gramática.
20ª Edição, 2ª impressão, São Paulo: Editora Ática: 2007. ( Páginas 130 a 142).

PELLEGRINI, Tânia, FERREIRA, Marina. Palavra e Arte: 2º grau. São Paulo: Editora, Atual, 1996. Volume 2.(Páginas 57,58,59,60,61 )

FERREIRA, Aurélio  Buarque  de Holanda.Mini Aurélio “O dicionário de Língua Portuguesa”.Curitiba:Paraná ,Julho de 2008. Editora: Positivo. 6ª Edição revista e atualizada, 13ª Impressão.    

Acesso dia 22/08/2010
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Travian Brasil




Acesso dia 17/09/2010





Acesso dia 18/09/2010



Anexos
                                                                           

Laís Gonçalves de Leon
Mayara Rodrigues
Escola Francisco Paes de Carvalho Filho


Minha terra não tem palmeiras
E quem canta é o pardal;
Só tem cheiro de queimada
No terreno e no quintal.

Sinto falta da natureza,
Sinto falta de animais;
Nesse desastre ecológico,
Não vertemos mais.

Tenho medo de sair a noite,
De alguém me assaltar;
Minha terra não tem palmeiras,
E nem canta o sabiá.


 (Carlos Drummond de Andrade. Reunião. Rio de Janeiro, J. Olympio  Ed.,1969.p.94.)

Curiosidade


Sabiá  ferreiro                                                         Sabiá – laranjeira

                           (comum em todo território nacional)






Trabalho apresentado à professora Debora       Cristiane Freitas Silva, como parte do cumprimento da disciplina de Literatura II, 4º Semestre, 2º ano, noturno, presencial. 







Alunos:
Claudia Helena Pedrosa. RA: 9292641049
Jaqueline dos Santos Ricardo Leão. RA: 0901339408
Luiz Carlos Domingues Branco. RA: 0980000005






São José dos Campos
2010



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dom Casmurro e O Primo Basílio (Capitu X Luísa)


APRESENTAÇÃO


Apresentar as semelhanças e diferenças entre as personagens Capitu de Machado de Assis na obra “Dom Casmurro” e Luísa de Eça de Queirós na obra “O Primo Basílio”. 


Comparações: Capitu e Luísa.

1. Características Psicológicas       
Capitu é apresenta como uma pessoa destemida, que sabia o que queria, ousada, esperta, dissimulada, que persuadia as pessoas a favor de um benefício próprio; eufórica, alegre, criativa, trabalhadora. Contudo, pode-se perceber ainda uma característica amável e doce.
[...] “A cabeça da minha amiga sabia pensar claro e depressa.” (ASSIS. Machado; 2008, p.111)
[...] “Com D. Glória e D. Justina mostro-me naturalmente alegre, para que não pareça que a denúncia de Jose Dias é verdadeira. Se parecesse, elas tratariam de separar-nos mais...” (ASSIS. Machado; 2008, p.138)
[...] “Capitu usava certa magia que cativa...” (ASSIS. Machado; 2008, p.140)
Já Luísa é apresenta como uma mulher gentil, frágil, recatada, dedicada ao marido e ao lar e muito sonhadora; porém, por trás dessa imagem imaculada, se escondia uma mulher inconseqüente, cheia de curiosidades e desejos a cerca do desconhecido que a fascinava.
[...] “Mas Luísa, a Luisinha, saiu muito boa dona de casa; tinha cuidados muito simpáticos nos seus arranjos, era asseada, alegre como um passarinho, amiga do ninho e das caricias do macho; e aquele serzinho louro e meigo veio dar à sua casa um encanto sério.” [...] pg.17
Entre as duas mulheres, pode observar que Capitu resolvia suas emoções, canalizando para um lado racional; destemida, ia conduzindo os seus sonhos a fim de realização em um desfecho esperado. Enquanto que Luísa amedrontada não tinha uma consistência psicológica, querendo se aventurar no desconhecido e em um novo amor deixava-se levar pelos sentimentos e influencias e ainda ser vencida por chantagens.
Ao Bentinho pedir que Capitu lhe jurasse que só casaria com ele, e ela fazer lhe tal juramento, e mediante a isto ele também jurar. E perguntando Bentinho a Capitu se tal juramento bastava, a menina respondeu:
“– Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir mais. Sim, você jura... Mas juremos por outro modo; juremos que nos havemos de casar um com outro, haja o que houver”. (ASSIS. Machado; 2008, p.111)

2- Características físicas
Bentinho descreve Capitu, como: uma moça morena, alta, forte, cabelos pretos e longos, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, boca fina e queixo largo.
Não podia tirar os olhos daquela criatura de quase quatorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo. As mãos, a despeito de alguns ofícios rudes, eram curadas com amor; não cheiravam a sabões finos nem águas de toucador, mas com água do poço e sabão comum trazia-as sem mácula. Calçava sapatos de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera alguns pontos. (MACHADO DE ASSIS, 2008, p. 53)
           
Luísa é descrita, como: uma mulher elegante e delicada, de olhos grandes e castanhos, cabelos louros e pele muito branca.
[...] “Jorge fala sobre Luísa. Apaixonou-se pelos seus cabelos louros, pela sua maneira de andar, pelos seus olhos castanhos muito grandes [...]” QUEIROZ, (2008, pg.17).
[...] “de perfil bonito, a pele tinha uma brancura tenra e láctea [...] É uma mulher elegante e naturalmente bonita [...] QUEIROZ, (2008 pg.15)




3.
A voz de Capitu parece não ser ouvida claramente no texto, por este narrar apenas à percepção que Bentinho tinha dela. Contudo em um determinado trecho, Bentinho dar a entender que a verdadeira atitude de Capitu contraria as suas suspeitas.
[...] Grande foi a estupefação de Capitu, e não menor a indignação que lhe sucedeu, tão naturais ambas que fariam duvidar as primeiras testemunhas de vista do nosso foro. Já ouvi que há para vários casos, que estão de preço; eu não creio, tanto mais que a pessoa que me contou isso acabava de perder uma demanda, mas aja ou não testemunhas alugadas, a minha era verdadeira; a própria natureza jurava por si, e eu não queria duvidar dela. Assim que, sem atender à linguagem de Capitu, aos seus gestos, à dor que a retorcia, a coisa nenhuma repetia as palavras ditas duas vezes com tal resolução que a fizeram afrouxar.
A voz de Luísa é ouvida no momento em que ela, mesmo diante da possibilidade de perder o marido, o conforto adquirido com o casamento e a sua boa reputação (como a amiga Leopoldina), resolve ter um caso amoroso com primo Basílio, com o propósito de satisfazer seus desejos e sentir o verdadeiro amor.
Luísa declara:
[...] Não me julgues por isto leviana, nem penses mal de mim, porque eu desejo a tua estima, mas é que nunca deixei de te amar e ao tornar a ver-te, depois daquela estúpida viagem para tão longe, não fui superior ao sentimento que me impelia para ti, meu adorado Basílio. Era mais forte que eu, meu Basílio. Ontem , quando aquela maldita criada me veio dizer que tu te vinhas despedir, Basílio, fiquei como morta; mas quando vi que não, nem eu sei, adorei-te!. E se tu me tivesses pedido a vida dava-te, porque te amo, que eu mesma, me estranho... Mas para que foi aquela mentira, e para vieste tu? Mau! Tinha vontade de te dizer adeus para sempre, mas não posso, meu adorado Basílio! É superior a mim. Sempre te amei, e agora que sou tua, que te pertenço corpo e alma, parece-me que te amo mais, se é POSSÍVEL...


DANIELE APARECIDA SILVA
JACQUELINE CARVALHO
KÊNIA OLIVEIRA SILVA
VIVIANA ALINE PEREIRA DE ARAUJO

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Apresentação

Blog criado para exposição e debate das ATPS, Atividades Práticas Supervisionadas, da Faculdade Anhanguera de São José dos Campos